O relacionamento entre a América Latina (LATAM) e a China evoluiu desde que a República Popular da China foi fundada, a partir de um relacionamento baseado no comércio para uma maior variedade de serviços, bens e investimentos. Recentemente, ele cresceu por meio de um aumento nos investimentos e financiamentos assim como o comércio entre as duas regiões, forjando laços para construir uma parceria mutualmente benéfica.
O papel da China no mundo mudou de um desenvolvimento interno para a segunda maior economia do mundo e que está agressivamente olhando para outras regiões. A relação entre a China e a LATAM muda dependendo não só das políticas internas dos países individualmente, mas também do relacionamento de exportações entre as duas regiões e os EUA. Muitos países na América Latina, como o Chile, Brasil, Argentina e México passaram a olhar não só para o Norte, mas também para o Leste em termos de comércio. Isso causou um aumento significativo no comércio entre a LATAM e a China de quase de 2.000% entre 2000 e 2014. O Investimento Direto Estrangeiro da China (IDE) em países da América Latina cresceu de menos de US$ 1 bilhão em 2005 para mais de US$ 13 bilhões neste ano, fortalecendo ainda mais os laços entre os blocos de comércio.
No que a China quer investir
A China está buscando matérias primas e a LATAM (assim como a África) estão abertas para o comércio com elas. Em relação a produtos agrícolas, como a soja, a China está diversificando suas fontes e a LATAM está se beneficiando. Os países desta região são ricos em commodities e produtos agrícolas, tornando-os um mercado muito atrativo para a China. As multinacionais chinesas estão não somente buscando matérias primas mas investimentos estrangeiros diretos em indústrias, como a hoteleira, imobiliária, transporte e infraestrutura.
A China está investindo em projetos de infraestrutura, como rodovias pedagiadas, fazendas de energia eólica e também nos setores de energia e transportes, particularmente na Argentina. A Belt and Road Initiative da China (BRI) está planejando investir cerca de US$ 8 trilhões em projetos de infraestrutura globalmente. O Presidente Xi anunciou um compromisso da China de investir US$ 250 bilhões nas regiões da LATAM e dos Estados do Caribe (CELAC) em janeiro de 2015. Ele também ressaltou que as prioridades para este investimento seriam em energia e recursos, construção de infraestrutura, agricultura, manufaturas, inovação científica e tecnológica e tecnologia da informação. Adicionalmente, a China vem provendo investimentos significativos na América Latina, oferecendo empréstimos de mais de US$ 118 bilhões entre 2007 e 2014, com 53% deste valor indo para a Venezuela, apoiados por suas grandes reservas de petróleo como garantia.
A economia pode estar esfriando e a China está investimento menos internacionalmente, mas mais na LATAM. Por exemplo, nove das dez maiores aquisições em energia elétrica, petróleo, infraestrutura e empresas de agronegócios foram no Brasil e sete envolveram compradores chineses. Ainda que a China invista apenas 5% do seu IDE total na LATAM (em comparação com 12% nos EUA), ele não está distribuído igualmente na região, com o Brasil sendo o maior beneficiário.
Desafios para investidores chineses
Quando investidores chineses estão pensando em começar um relacionamento com um país da América Latina, eles devem entender os desafios que podem aparecer com a expansão global. De acordo com o Índice de Complexidade de Compliance, três países da LATAM estão entre os 10 mais difíceis em termos de compliance globalmente: Brasil, Argentina e Uruguai. As muitas mudanças de procedimentos no Brasil para se registrar uma empresa podem adicionar complicações para donos de empresas, juntamente com sua excessiva quantidade de regulações fiscais. A Argentina é a jurisdição mais complexa nas Américas desde que o governo implementou novas e confusas regulações para o envio de documentos e iniciativas de relatórios tais como o Beneficiário Final (UBO), o que aumentou significativamente a complexidade para se fazer negócios no país. Entender estas complexidades e ter uma parceria com experts locais pode ajudar a efetivamente endereçar estes desafios.
Entendendo o comércio
A guerra comercial entre China e EUA também levou o primeiro país a buscar outras opções, como os mercados da LATAM, como fonte de matérias primas e oportunidades de investimentos. A China está desenvolvendo novos mercados e fortalecendo sua posição no quintal dos fundos dos EUA, em áreas das quais os EUA se retiraram. A crescente disputa entre EUA e China beneficia o relacionamento entre esta e a LATAM e seus laços econômicos.
O comércio vem crescendo em ambas direções com a LATAM não só exportando matérias primas para a China, mas também importando bens relativamente mais baratos nas áreas de tecnologia. Bens manufaturados somam 60% de todas as exportações da China para a região.
A LATAM está se tornando ainda mais relevante globalmente e economicamente por causa dos investimentos adicionais da China. Os aumentos dos capitais na região ajudarão a criar oportunidades e permitir que os países da LATAM se tornem mais ricos e invistam mais em serviços públicos.
Por outro lado, há um pouco de trepidação entre os países da região em relação a parcerias com a China por causa do medo de “posse de colônias” pela China. O país decidiu investir na LATAM de uma maneira que beneficia apenas algumas áreas de países específicos. Isso pode ser visto como uma maneira tendenciosa de comércio.
TMF Group
A TMF Group pode ser encontrada em países-chave da América Latina, tais como Brasil, Argentina, México e Chile e pode auxiliar empresas chinesas que desejem entrar ou se expandir para estes mercados, bem como ajudar empresas da LATAM que desejem se expandir para a China. Os experts locais em cada país têm o conhecimento para ajudar a apoiar negócios que desejem estabelecer novas entidades, estar em compliance com todas as regulações locais e entender o mundo dos negócios globais. Nossos profissionais têm uma vasta experiência e contatos locais para ajudar você com todas suas necessidades de contabilidade & impostos, RH e folha de pagamento e outros serviços que vêm com o comércio global. Entre em contato conosco para mais informações.