Há uma revolução financeira em andamento no Brasil. O rápido crescimento no setor de tecnologia financeira (fintech) significa que o Brasil atualmente tem o maior número de empresas fintech fora dos EUA.
Mas o ritmo da expansão está criando riscos e oportunidades e muitas startups estão buscando expertise profissional externa para ajudá-las a navegar pelas complexidades do ambiente regulatório.
Fintech – uma nova tecnologia e inovação que visa concorrer com os métodos tradicionais na prestação de serviços financeiros – está sendo incentivada pelo Banco Central do Brasil, que deseja reduzir as taxas de serviços financeiros e ampliar o acesso a contas e ao crédito para atingir uma parcela maior da população brasileira. Uma grande parte dos habitantes do país – 35% dos adultos brasileiros – nunca teve uma conta bancária, especialmente se forem pobres. Ainda assim, o Brasil tem o maior número de smartphones do mundo. Há, portanto, um enorme potencial para novas formas de prestação de serviços financeiros.
O próprio setor de tecnologia financeira está revolucionando a maneira na qual fazemos negócios. Há mais de 30 anos, a forma estabelecida para transferir dinheiro entre instituições financeiras tem sido por meio do sistema Swift Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais ou SWIFT; atualmente, inovações alternativas como o Ripple podem processar uma transferência segura em segundos.
Crescimento
O número de fintechs mapeadas no Brasil aumentou de 244 para 332 em 2017, com as empresas atuando nas áreas de crédito, investimento, gestão financeira, pagamentos, seguros, criptomoedas, renegociação de dívidas, entre outros serviços – mais do que o restante dos países da América Latina juntos. Um relatório da Goldman Sachs do mesmo ano estimou que as empresas de fintech brasileiras vão gerar receitas de cerca de US$ 24 bilhões na próxima década. O número de startups de fintech e de eficiência financeira cresceu de 264 para 369 em 2017, sendo que os nichos de seguros e empréstimos são os mais populares, registrando um número de iniciativas de 92% e 75%, respectivamente.
As fintechs ainda representam uma pequena minoria no mercado de crédito brasileiro de R$ 1,5 trilhão, mas a sua importância está no impacto dessas empresas sobre os bancos tradicionais, que poderiam ser levados a ajustar e reduzir seus preços. A taxa de juros média atual utilizada pelos bancos tradicionais é de 5,67% ao mês, em comparação com taxas de juros de 1,90% oferecidas pelas fintechs.
Riscos
As startups de empresas de fintech correm riscos. Geralmente estabelecidas por jovens empreendedores com uma nova tecnologia, esses empresários podem ser ingênuos no entendimento do que é administrar uma empresa, ou sobre como cumprir as normas financeiras e regulatórias. Uma oferta inovadora de produtos não é suficiente para assegurar o sucesso dos negócios. A parceria com um profissional experiente garantirá que os requisitos subjacentes de gerir uma empresa sejam cumpridos, deixando os empreendedores tecnológicos focados no desenvolvimento de produtos criativos e em atender a demanda de seus clientes. Um sólido gerenciamento de dados e a segurança das informações pessoais dos clientes representam outra área na qual um prestador de serviços de negócios respeitável pode ajudar.
O ritmo acelerado do desenvolvimento do setor de fintech pode levar as startups a serem vulneráveis a sanções regulatórias se houver uma violação das normas.
Houve uma explosão de novos produtos e há o risco de que algumas dessas jovens empresas caiam no esquecimento. Para sobreviver, uma empresa jovem pode ser comprada por um concorrente, obter um empréstimo ou investimento de uma empresa de private equity, ou crescer organicamente com emissões de dívida. Os serviços da TMF Group podem ajudá-lo a navegar por qualquer opção, além de auxiliá-lo se você for um investidor estrangeiro em busca de oportunidades no mercado de fintech.
Potencial
Os investidores estrangeiros estão reconhecendo a responsabilidade da indústria de fintech do Brasil. O aplicativo de planejamento financeiro GuiaBolso e a empresa de cartões de crédito Nubank garantiram recentemente um apoio financeiro significativo. A Nubank está oferecendo contas bancárias digitais para pessoas além da sua base de clientes existente de titulares de cartão de crédito, já tendo cadastrado 1,5 milhão de clientes em um esquema piloto. Isto significa que a Nubank já é maior do que os maiores bancos puramente digitais do Brasil, mas ainda há um longo caminho a seguir no que tange aos dois maiores bancos do Brasil, Banco Bradesco S.A. e Itaú Unibanco Holding S.A., cada um deles com 20 milhões de clientes.
A startup de fintech brasileira Creditas Soluções Financeiras Ltda. recebeu investimento de US$ 50 milhões por meio do fundo sueco Vostok Emerging Finance. A Creditas, fundada em 2012 e especializada no fornecimento de empréstimos mediante o recebimento de imóveis ou veículos como garantia, tinha uma carteira de empréstimos de R$ 135 milhões no ano passado, e atualmente pretende ampliá-la 30 vezes em três anos.
Regulamentações
Para estimular o crescimento das fintechs, o Banco Central do Brasil promulgou seus primeiros regulamentos para fintechs, autorizando dois tipos de fintechs: Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP) e Sociedade de Crédito Direto (SCD). O objetivo é aumentar a concorrência nos empréstimos, em um país com taxas de juros notoriamente altas para os consumidores.
À medida que o setor de fintech cresce, a concorrência por clientes também aumenta, que estarão ávidos por garantir que seu dinheiro esteja seguro com uma startup. As startups de fintech vão concorrer com um setor bancário brasileiro estabelecido que conquistou a confiança de seus clientes ao longo de décadas. No entanto, se uma nova entidade tiver um provedor de serviços de negócios respeitável, ela aumentará sua credibilidade e acelerará a reputação de uma empresa jovem.
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