A indústria de administração alternativa de fundos está testemunhando um grande aumento no volume e diversidade de dados sendo ingeridos, à medida em que a inovação da tecnologia ajuda empresas em suas pesquisas e atividades de construção de portfólios; isso sem falar da utilização de ferramentas analíticas avançadas para melhorar a qualidade dos relatórios de fundos.
Empresas de investimento e consultoria foram pioneiras na utilização da ciência de dados em private equity, utilizando a Nuvem para processar grandes conjuntos de dados e construir uma imagem do que está acontecendo em um determinado negócio, minuto a minuto, dia a dia.
Está é a era dourada de dados e análises, e gestores de ativos estão começando a utilizar cada vez mais digitalização para encontrar valor no mercado.
Administradores de fundos estão bastante conscientes da velocidade da inovação de tecnologias e também estão buscando evoluir em linha com a natureza complexa da estrutura de fundos e alocações dentro deles.
“A fim de lidar com a velocidade da inovação de tecnologias, a administração de fundos está utilizando a tecnologia para lidar com as novas complexidades da estruturação de fundos, tipos de investidores e necessidades”, afirma Joanne Baudin, Head de Serviços para Fundos da TMF Group Austrália. “A administração de fundos não se resume mais apenas à escrituração, mas também envolve ajudar gestores de fundos a seus investidores, por meio da tecnologia, a gerenciar seus portfólios com visualizações e análises, ajudar com documentos, minar dados e explorar informações com métricas”.
Conforme a Private Equity Wire relatou no ano passado, o crescimento na coleta de dados por General Partners (GP) em nome de Limited Partnets (LP) é guiado pelos desenvolvimentos do mercado e o foco regulatório no espaço, levando mais LPs a delegar a tarefa de gerenciamento de dados para seus administradores. Cada vez mais, investidores querem dados mais granulares sobre seus portfólios, especialmente no que diz respeito aos critérios de ESG e KPIs financeiros chave para melhor monitorar a performance.
Em um relatório publicado pelo grupo de tecnologia dos EUA FIS, quase metade (48%) dos administradores de fundos afirma que os clientes de gestão de ativos já solicitam rotineiramente ou esperam análises e serviços de segmentação como padrão.
Com isto, administradores de fundos estão focando em se tornar cada vez mais tecnológicos para servir melhor aos seus clientes.
Baudin afirma que ainda que tarefas administrativas comuns como a manutenção dos livros-razão gerais de fundos, monitoração do compromisso de investidores e relatórios padrão de investidores sejam tipicamente automatizadas, outras tarefas como os relatórios de ILPA (Institutional Limited Partners Association) ou de INREV, políticas anti-lavagem de dinheiro (AML) e checagens de Conheça Seu Cliente (KYC) estão se tornando cada vez mais automatizados.
Isto é graças à tecnologia de blockchain, que está ajudando a melhorar a segurança e transparência de dados por meio da imutabilidade dos livros-razão em blockchains nos quais os dados de AML e KYC estão contidos; por sua vez, isto está permitindo que gestores de ativos acelerem o processo de submissão, à medida em que eles buscam novos investidores para seus fundos.
Quando foi solicitado que Baudin oferecesse um exemplo de uma ferramenta/solução recente que a TMF Group introduziu – sejam no backoffice ou middle-office – para ilustrar como a empresa está utilizando a tecnologia, ela explicou:
“Estamos fazendo investimentos significativos na automação de tarefas repetitivas no espírito da nossa filosofia de que a tecnologia deve apoiar nossos experts, mas não substituí-los. Holisticamente, estamos construindo um nível agregador dentro do nosso cenário de aplicações, do qual tiramos outputs de todas as que utilizamos em todo o mundo, agrupando-os e produzindo dados em tempo real sobre todos os aspectos de uma estrutura de fundos globalmente. Além disso, estamos desenvolvendo uma visualização digital disto, de forma que, essencialmente, um GP será capaz de ver o status de todos os recebíveis em tempo real, de qualquer dispositivo ou localização por meio de uma plataforma harmonizada única, permitindo a conexão vertical desde fundos até SPVs e OpCos.”
“O KYC360 funciona a partir da nossa infraestrutura e sistemas existentes, trabalhando lado a lado com a maneira como utilizamos, por exemplo, o Investran, que é um sistema de administração de fundos líder de mercado para fundos de private equity. Uma ferramenta dinâmica de alocação de investidores, utilizando múltiplas metodologias de alocação na consideração de opt-outs, ajustes das side letters, contribuições designadas, reequilíbrio, etc., o Investran oferece um sistema completo, padronizado e customizado especificamente desenhado para as necessidades e requerimentos de fundos complexos”.
Uma característica importante no Investran é uma ferramenta de mineração de dados que permite que gestores de fundos analisem seus portfólios e empresas de portfólio subjacentes à medida em que buscam construir valores a longo prazo para seus investidores. Administradores que conseguem lançar tecnologias de maneira inteligente baseadas em necessidades específicas de seus clientes podem, como resultado disto, dar a alguns destes clientes uma vantagem no mercado.
“Gestores são capazes de analisar profundamente os dados em maiores detalhes, assim como manipulá-los de acordo com seus parâmetros pré-estabelecidos”, declara Baudin. “Isto significa uma maior agilidade na tomada de decisões de investimentos e um foco no que os gestores fazem melhor, que é investir e desinvestir”.
Além disso, utilizar a tecnologia em conjunto com o fluxo de trabalho e metodologia robustos de um administrador, “garantirá que todos os pontos de dados para contabilidade, monitoramento do portfólio, e relatórios aos investidores saiam da mesma fonte”, adiciona Baudin. Isto suaviza a integridade dos dados e questões de reconciliação que poderiam surgir se o processo fosse diferente, além de criar uma melhor eficiência operacional quando se trata da gestão de dados.
Para que gestores de fundos otimizem o verdadeiro valor de qualquer nova tecnologia, cabe a administradores de fundos ter a arquitetura adequada de sistemas implementada; uma que possa apoiar adequadamente uma vasta gama de ferramentas de tecnologia em uma única oferta integrada.
Baudin enxerga as ferramentas relatórios de visualização de dados como um importante aspecto da inovação, entregue por meio de uma plataforma digital juntamente com a análise de riscos e relatórios regulatórios.
É óbvio que a implicação mais abrangente para isto, além de ajudar gestores de fundos a controlar melhor seus portfólios, é o nível melhorado de transparência oferecido a investidores institucionais. Isto não pode ser subestimado quando se considera o crescimento e complexidade de fundos de mercados privados, os quais atraíram USD 919 bilhões em novos ativos líquidos em 2019 de acordo com o último relatório de mercados privados da McKinsey.
Com investimentos sendo feitos de maneira mais personalizada, a tecnologia é vital para lidar com os diferentes termos, classes adicionais de ações e estruturas de fundos.
“Os relatórios de GPs/LPs melhorarão por meio de centros de gestão de documentos onde os clientes podem administrar documentos de atividade de capital de investidores, monitorar métricas deles e fazer upload de documentos para investidores. Alertas de notificação e preferências de segurança podem ser construídas para cada investidor”, diz Baudin.
O valor da tecnologia dentro dos times de gestão de fundos parece continuar ao longo dos próximos anos, à medida em que a inteligência artificial passa a ser mais onipresente. Enquanto em anos anteriores os gestores de fundos tinham a tendência a preferir uma administração in-house, há cada vez mais uma percepção de que terceirizar muitas das funções de backoffice e middle-office para um administrador de fundos confiável é agora uma opção sensível e com um bom custo-benefício.
“A tecnologia é cara e precisa ser constantemente atualizada. O administrador está continuamente monitorando as tendências da indústria e a tecnologia associada para garantir que seus serviços lidem com as reais necessidades de clientes e seus investidores”.
“Terceirizando as funções de administração de fundos e contabilidade – e não focando nas tarefas mundanas de escrituração – com o auxílio da tecnologia os gestores de fundos podem focar mais no relatório sob medida para LPs, e em analisar/entender indicadores chave da performance de fundos e investimentos”, conclui Baudin.
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Este artigo foi publicado originalmente pela Private Equity Wire.