Gestão de riscos multijurisdicionais: por que o compliance fiscal agora é uma prioridade estratégica

Em um contexto fiscal em constante mudança, a reinvenção é fundamental para se manter à frente da concorrência. Empresas preparadas para o futuro estão repensando os modelos de compliance fiscal em busca de maior agilidade, precisão e eficiência. Antes colocado como algo complementar, o compliance fiscal agora é considerado um fator crítico para o crescimento sustentável – mas a maioria das organizações demora a integrá-lo ao seu planejamento de crescimento. O resultado? Penalidades onerosas, interrupções operacionais e potenciais danos reputacionais. Passar de uma abordagem fiscal reativa para uma proativa exige uma mudança de mentalidade e o interesse em implementar estratégias voltadas para o futuro que agreguem valor a longo prazo.
Do backoffice ao foco central, o compliance fiscal tornou-se uma prioridade estratégica para organizações que buscam rápida expansão. Novas regulamentações exigem que times fiscais se envolvam antecipadamente no planejamento da expansão para alinhar as estratégias globais com os requerimentos fiscais locais. A não condução deste processo pode prejudicar o crescimento e inviabilizar os esforços de compliance. A necessidade urgente de uma estratégia formal de mitigação de riscos é clara, mas uma execução eficaz é igualmente essencial. A forma como se implementa é tão importante quanto o conteúdo das ações – a falta de eficiência pode aumentar exponencialmente o custo de fazer negócios em múltiplas jurisdições.
O emaranhado fiscal: lidando com o faturamento eletrônico e as regulamentações do Pillar Two
A obrigatoriedade do faturamento eletrônico e a estrutura do Pillar Two da OCDE estão rapidamente se tornando prioridades na agenda corporativa. Juntos, eles ilustram as complexidades de um cenário tributário em transformação, reestruturado pela transformação digital e pela reforma tributária global. Além disso, ambas as medidas exigem uma estratégia clara e uma resposta contundente por parte dos líderes financeiros, no entanto, muitas organizações estão com dificuldades para se adaptar de forma eficaz.
As implicações para a expansão das empresas são relevantes: de acordo com nosso relatório do Índice Global de Complexidade Corporativa (GBCI) 2025, o faturamento eletrônico está ganhando força em mais da metade das jurisdições analisadas, mas muitas organizações continuam despreparadas para a implementação multijurisdicional. Os riscos operacionais de erros variam de perturbações na cadeia de abastecimento a bloqueios no fluxo de caixa, por isso é crucial que as organizações recorram a soluções tecnológicas e uma abordagem baseada em dados para impulsionar o compliance.
Da mesma forma, lidar com as complexidades do Pillar Two – uma alíquota mínima global de imposto de renda corporativo de 15% para multinacionais com faturamento superior a €750 mi – pode ser demorado e custoso na ausência de um planejamento cuidadoso e processos consistentes.
Priorizar essas considerações nos estágios iniciais da jornada de expansão de sua empresa ajudará a aliviar a carga administrativa e abrirá caminho para uma entrada mais tranquila no mercado.
Fatores que geram risco fiscal multijurisdicional: armadilhas comuns de compliance
A expansão internacional pode ajudar sua empresa a acessar novos mercados, aumentar a lucratividade e criar vantagens competitivas, mas também traz consigo uma série de desafios de compliance fiscal. Conhecer as armadilhas comuns que geram risco fiscal é um primeiro passo fundamental para garantir o compliance multijurisdicional.
Estes são alguns dos principais desafios que as organizações enfrentam durante sua jornada para a expansão global:
- Fragmentação dos processos fiscais – A variação de sistemas e requerimentos fiscais em diferentes jurisdições frequentemente resulta em processos fragmentados, falta de compliance e visibilidade limitada
- Falta de centralização – Embora muitas organizações tenham concentrado seus sistemas financeiros, a centralização fiscal está se mostrando uma tarefa mais lenta e desafiadora devido às regras específicas de cada país e à evolução das regulamentações
- Padronização limitada – Padronização significa visibilidade, mas sem a tecnologia adequada e acesso aos principais pontos de dados, os times fiscais são frequentemente rebaixados a uma função reativa, o que amplifica os riscos.
- Falta de visibilidade entre jurisdições – Sem uma visão clara sobre as obrigações fiscais multijurisdicionais, as organizações podem facilmente ignorar os riscos de compliance.
As consequências do não compliance podem ser abrangentes, impactando as finanças, a continuidade operacional e a reputação. As empresas podem enfrentar penalidades e multas, perturbações na cadeia de abastecimento, atrasos na entrada em mercados e danos à credibilidade da marca. O custo de adotar uma abordagem reativa é alto – as organizações devem estar preparadas, tornando o compliance fiscal um pilar de suas estratégias de expansão.
Sete estratégias práticas para times fiscais mitigar riscos
Nesse cenário de crescente complexidade, os times fiscais precisam migrar de uma abordagem de combate a incêndios para uma abordagem com visão de futuro. A seguir, apresentamos sete estratégias práticas que as organizações podem adotar para mitigar o risco fiscal multijurisdicional:
- Planeje intencionalmente – O planejamento fiscal proativo é fundamental para o sucesso da proposta de expansão de sua empresa – a colaboração multifuncional garantirá que todos os cenários e implicações fiscais sejam considerados antes que os problemas surjam.
- Promova um alinhamento eficaz – Priorizar o compliance fiscal e integrá-lo à transformação financeira ajuda a criar um alinhamento entre as operações globais. A integração antecipada dá uma visão clara aos times fiscais sobre as lacunas iminentes de compliance que podem prejudicar os esforços de expansão.
- Aproveite os recursos tecnológicos desde o início – Os avanços tecnológicos estão remodelando o cenário fiscal, com um número crescente de empresas adotando ferramentas digitais para aumentar a precisão dos dados, oferecer visibilidade em tempo real e automatizar tarefas repetitivas. Aproveitar os recursos tecnológicos desde o início permite que as empresas otimizem os processos de compliance e acelerem os planos de expansão.
- Utilize a IA para lidar com as complexidades locais – A IA revolucionou quase todos os principais setores, e o fiscal não é uma exceção. No âmbito da expansão dos negócios, as ferramentas de IA podem impulsionar maior eficiência operacional, ajudando as empresas a analisar dados não estruturados, lidar com as regulamentações específicas de cada país e gerenciar traduções.
- Reduza a lacuna de habilidades digitais – As multinacionais estão enfrentando a falta de profissionais no setor fiscal que sejam qualificados e dominem a área de impostos e tecnologia. As empresas estão respondendo com a qualificação de seus funcionários, aproveitando ferramentas digitais e terceirizando conforme necessário.
- Estabeleça estruturas de relatórios digitais – Conforme apontado no GBCI 2025, a busca por relatórios fiscais digitalizados está impactando jurisdições em todo o mundo. Os governos estão exigindo maior visibilidade e dados em tempo real, levando as empresas a reformular seus sistemas de relatórios. As empresas precisam garantir que disponham de dados estruturados e acessíveis, o que exigirá equipes no setor fiscal que dominem os dados e os investimentos no campo da tecnologia.
- Contrate um especialista – Terceirizar o compliance fiscal para um provedor de serviços confiável permite que as organizações desfrutem de profunda expertise local, se mantenham atualizadas sobre as mudanças regulatórias e liberem tempo e recursos para atividades de valor agregado, como planejamento estratégico e expansão de mercado.
Empresas que visam crescimento rápido e desempenho empresarial superior não podem mais tratar o compliance fiscal como uma função de backoffice. Em vez disso, ela deve ser incorporada desde o início do processo de planejamento de expansão para impulsionar a tomada de decisões estratégicas e minimizar riscos. Adotar uma abordagem proativa de compliance fiscal revela insights valiosos que impulsionarão as ambições de expansão de sua organização, promovendo maiores níveis de desempenho e produtividade. Os times fiscais agora têm a oportunidade de liderar em vez de reagir – impulsionando os negócios com maior clareza e confiança.
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