Sir Martin Sorrell, Fred Watt e Mark Weil discutem sobre os desafios e tendências globais da complexidade corporativa
Sir Martin Sorrell – fundador e presidente executivo da S4 Capital – e Fred Watt – sócio-gerente da CVC Capital Partners – estiveram recentemente com o CEO da TMF Group, Mark Weil, para discutir como eles enxergam as atuais questões de complexidade global quando se trata de fazer negócios em todo o mundo.
No início de outubro do ano passado, a TMF Group transmitiu um evento ao vivo em Londres chamado Índice Global de Complexidade Corporativa 2022 – Desafios e Tendências: Uma perspectiva do Reino Unido.
Este painel de discussão ao vivo contou com as presenças: do CEO da TMF Group, Mark Weil; do fundador da WPP e da S4 Capital, Sir Martin Sorrell; e de Fred Watt, sócio-gerente da CVC Capital Partners.
As discussões do evento se concentraram em questões de complexidade dos negócios globais incluindo aquelas decorrentes de eventos mundiais como a pandemia da Covid-19, e o alinhamento em áreas como impostos corporativos globais.
Obrigações de compliance e complexidade corporativa
Mark Weil iniciou o evento dando uma visão geral de como a TMF Group pesquisa e coleta dados para seu Índice Global de Complexidade Corporativa (Global Business Complexity Index – GBCI) – um relatório anual que a TMF Group publica há nove anos.
O que estamos observando são as regras e exigências para investir e operar. Analisamos 292 fatores em 77 jurisdições. Geograficamente, sabemos que existem 220 jurisdições no mundo. Estas 77 representam algo em torno de 90% do PIB, 95% da entrada líquida de IED. Abrange a maioria dos lugares que você provavelmente investirá ou operará em qualquer escala.
Com todos os dados coletados do relatório GBCI, a TMF Group produz um ranking que lista cada jurisdição em relação à dificuldade ou facilidade de se fazer negócios localmente, do ponto de vista regulatório e de compliance. Regras e regulamentos em três áreas principais de operação fornecem os dados desta classificação: contabilidade e impostos, RH e folha de pagamento e gestão de entidades.
Diferentes perspectivas sobre a complexidade corporativa
Embora a análise sobre o relatório GBCI da TMF Group se concentre fortemente nos aspectos administrativos e jurídicos com relação à criação de um negócio, há outros fatores que as empresas e os investidores levam em consideração. Como o risco, por exemplo.
Sir Martin Sorrell e Fred Watt têm muita experiência com relação à gestão de negócios globais. Foi interessante saber o que eles consideram ser os pontos críticos ao entrar em uma nova jurisdição.
Durante seu auge, a empresa de Martin, WPP, estava presente em mais de cem países. Entrar em novos territórios para fazer negócios é algo que Martin tem feito repetidamente, sem mencionar o grande sucesso com que tem feito isso ao longo dos anos.
Ele afirmou:
Para mim, a palavra complexidade é relacionada às diferenças culturais. Entre os meus registros, a Coreia do Sul é o mais difícil. O Japão seria o próximo da lista, seguido pela França. E depois a estrutura legal.
A visão do private equity
Complementando a perspectiva apresentada por Martin sobre a complexidade corporativa e analisando a questão sob a ótica do private equity, Fred Watt deu sua opinião sobre o que procura ao buscar um lugar para fazer negócios:
“A complexidade influencia a decisão de investimento. E não apenas sobre a carga administrativa, porque provavelmente podemos lidar com isso. Se for apenas mais trabalho administrativo, mais arquivamentos, mais tempo para fazer as coisas – nós incorporamos estes fatores ao ponderar o investimento.”
“Este aspecto nós entendemos e provavelmente podemos colocar um preço em termos de fazer negócios naquele país.”
Ele explicou que há duas áreas críticas que sua empresa analisa ao observar um investimento corporativo sob uma perspectiva de complexidade. E o risco é um fator importante.
“Buscamos um certo retorno mínimo para nossos investidores, e essa é a nossa promessa a eles de que buscamos este ponto fundamental.”
Ele continuou: “No entanto, considerando cada jurisdição, pensamos em dois riscos específicos. Em primeiro lugar, os riscos geopolíticos de um país, em termos de quão provável as regras possam mudar em torno deste ambiente político. E, em segundo lugar, a moeda. Se estamos investindo em um país historicamente demasiadamente volátil – em termos monetários – precisamos incorporar este fator em nossas expectativas de retorno."
“Para obter o retorno líquido, o risco sobre estes dois aspectos devem ser abrangidos e levados em consideração. Sempre procuramos retornos mais altos em países considerados de maiores riscos geopolítico e cambiais”.
Um cenário mutável de negócios globais
Martin acredita que o cenário corporativo mudou consideravelmente nos últimos 40 anos – e continuará a mudar no futuro, o que significa que a expansão internacional terá que ser mais bem pensada e direcionada.
“Acredito que o mundo mudou muito”, afirmou Martin. “Quando penso na WPP, estávamos em 113 países. A S4 Capital está em 32. Eram 33, mas saímos da Rússia. Não acho que haja chance de voltarmos aos 113. E este número representa a metade da cobertura.”
“Qualquer empresa multinacional, agora, está enfrentando uma era muito diferente. A complexidade está muito interessante agora. O jogo é totalmente diferente. As pessoas que vão ganhar são aquelas que são seletivas – nem todas de maneira abrangente.”
O impacto da complexidade varia de acordo com o negócio
Mark Weil chamou a atenção para o fato de que não há como fugir dos detalhes práticos de cumprir as obrigações legais ao se estabelecer em um novo mercado. Ele também apontou que, embora este fardo administrativo possa ser mais gerenciável para organizações com capacidade de terceirizar estes aspectos, empresas menores podem sentir a pressão com mais intensidade.
Ele afirmou: “Nós tendemos a servir as organizações maiores que precisam de uma solução eficiente para suas necessidades, e trabalhamos para encontrá-la o mais rápido possível. Mas se você é uma empresa menor, é aí que eu digo que a complexidade realmente incomoda.”
“Mas se você não tiver os recursos, pode parecer bastante assustador. E, claro, há agentes de exportação do governo. Existem órgãos que tentam ajudar. Mas quando você coloca como prioridades tanto a complexidade administrativa quando o acesso ao mercado e o risco de expropriação, há muito o que pensar.”
“Tudo o que estamos fazendo é analisar fatos objetivos sobre se e necessário arquivar isto ou aquilo – quanto tempo leva? Quanto trabalho é necessário? Quais são os custos para se fazer as coisas?”
Enfrentando a complexidade corporativa
Lidar com as questões de complexidade de se fazer negócios em todo o mundo é uma tarefa complexa por si só. Há muitas variáveis a serem consideradas ao configurar e operar um negócio internacional.
Se quiser saber mais sobre o Índice Global de Complexidade Corporativa 2022 da TMF Group, você pode baixar uma cópia GRATUITA do relatório aqui.
E se você quiser assistir à gravação da transmissão ao vivo para ter acesso a uma discussão mais aprofundada sobre a complexidade corporativa global, clique aqui ou veja o vídeo abaixo (em inglês).